Fúria no trânsito

Fúria no trânsito

Por que tendemos a agir de forma individual em um ambiente coletivo?  

“No trânsito, não existe direito individual que não afete o coletivo”. Esta frase da doutora em ciências humanas e criadora do Núcleo de Psicologia no Trânsito da Universidade Federal do Paraná, Iara Thielen, resume o que é o trânsito: um ambiente coletivo. Porém, encerrados em nossos carros tendemos a olhar para o trânsito como um ambiente particular e sentimos que o nosso espaço foi invadido quando algo nos “atrapalha” na direção.    

A realidade é que todos estamos sujeitos a um ataque de fúria no trânsito, até mesmo os motoristas que dirigem de forma preventiva e respeitam as regras de circulação. A diferença é que alguns agem de forma ofensiva e outros são reativos a situações que fogem do controle.  Os ofensivos abusam do excesso de velocidade, fazem ultrapassagens perigosas e fecham outros veículos, por exemplo. Já os reativos agem com irritação, xingamentos e até violência.

 Ao não ver o trânsito como um espaço coletivo e que precisa ser compartilhado, as pessoas tendem a reagir de forma agressiva. “A maior parte das pessoas se irrita ao ver uma bicicleta no trânsito”, exemplifica Iara Thielen.

 A psicóloga participou de uma live realizada pelo Portal do Trânsito, e abordou alguns dos motivos que levam os motoristas a agirem com violência no trânsito.

 “Este é um problema que não se resolveu e não vai se resolver. As pessoas têm sentimento que querem voar e alguns querem fazer isso no trânsito. Pesquisas feitas em diferentes países apontam que a maior parte das pessoas acreditam que correr um pouquinho não é perigoso. O grande problema é que correr um pouquinho é diferente para você e para mim”, explica.

 O problema é que o excesso de velocidade é um dos principais motivos de mortes no trânsito, tanto nas vias urbanas quanto nas rodovias. 

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